Primeiramente, é importante entender que a interdição por doença psiquiátrica é um procedimento legal essencial para proteger pessoas que perderam a capacidade de tomar decisões sobre sua vida e seu patrimônio. Assim, a Justiça nomeia um responsável legal, garantindo que o interditado receba os cuidados necessários.
Se você tem um familiar com transtorno mental grave e não sabe por onde começar, continue lendo. Aqui, vamos explicar todos os detalhes do processo e como garantir a segurança da pessoa interditada.
O Que é a Interdição por Doença Psiquiátrica?
A interdição é uma medida judicial aplicada a pessoas que não conseguem mais gerir suas próprias vidas. Isso ocorre porque determinadas doenças psiquiátricas afetam o discernimento e a autonomia, tornando-as incapazes de cuidar de si mesmas.
Por isso, quando um familiar apresenta dificuldades severas para se alimentar, administrar finanças, tomar decisões médicas, e outros, a interdição pode ser necessária. Dessa forma, o curador assume a responsabilidade legal e evita que a pessoa se coloque em situações de risco.
Principais Doenças Psiquiátricas que Justificam a Interdição
Para que a interdição seja concedida, é preciso comprovar que a doença compromete a capacidade de decisão da pessoa. Assim, algumas das condições mais comuns são:
- Esquizofrenia – Alucinações, delírios e perda do contato com a realidade, impossibilitando a autonomia.
- Transtorno Bipolar Grave – Episódios extremos de mania ou depressão, afetando o julgamento.
- Demência (incluindo Alzheimer) – Perda progressiva da memória e do raciocínio, prejudicando a independência.
- Transtorno Psicótico – Pensamentos desconexos da realidade, comprometendo ações diárias.
- Depressão Profunda – Risco de suicídio e autonegligência, tornando perigosa a falta de supervisão.
LEMBRANDO QUE essas não são as únicas doenças que justificam a interdição. Portanto, qualquer doença ou condição que afete a lucidez do indivíduo, até mesmo o laudo de ausência de lucidez, sem diagnóstico definido, pode servir para pedir a interdição.
Se um psiquiatra atestar que o paciente não possui mais discernimento para decisões cotidianas, a interdição é o caminho ideal para protegê-lo.
Passo a Passo da Interdição por Doença Psiquiátrica
1️⃣ Obtenção de Laudo Médico
O primeiro passo consiste em consultar um psiquiatra e obter um laudo detalhado. Logo, esse documento deve comprovar que a pessoa não tem condições de cuidar de si mesma e precisa de um curador.
2️⃣ Abertura do Processo Judicial
Com o laudo em mãos, um advogado especializado entra com um pedido de interdição na Justiça.
3️⃣ Nomeação do Curador
O juiz analisa as provas e designa um curador, que será o responsável por administrar os interesses da pessoa interditada.
4️⃣ Decisão Judicial e Registro da Interdição
Após ouvir testemunhas e avaliar documentos, o juiz determina a interdição e registra a decisão oficialmente. Esse registro protege o curatelado de abusos e garante segurança jurídica.
Desde o início do processo, contar com um advogado confiável facilita cada etapa e reduz o tempo de espera pela decisão judicial.
Direitos da Pessoa Interditada – Interdição por doença psiquiátrica
Embora a interdição limite alguns atos, a pessoa interditada continua tendo direitos. Dessa forma, o curador deve garantir:
- Acesso a tratamentos médicos adequados, com acompanhamento psiquiátrico contínuo.
- Uma moradia segura e assistência 24 horas, se necessário.
- Proteção contra abusos financeiros e exploração patrimonial.
Ou seja, a interdição não significa abandono, mas sim um meio legal de garantir dignidade e qualidade de vida.
A Interdição Garante Vaga em Casa de Repouso?
Quando a família não tem condições de cuidar do interditado, é possível pedir na Justiça uma vaga em casa de repouso pública. Isso ocorre especialmente quando:
- O interditado precisa de assistência permanente.
- A família não tem recursos financeiros para contratar um cuidador particular.
- O ambiente familiar não oferece estrutura adequada.
Nesses casos, o curador pode ingressar com uma ação para garantir essa vaga.
A Interdição Permite Pedir Pensão Alimentícia?
Sim! Se a pessoa interditada não possui renda suficiente, o curador definitivo pode ingressar com uma ação de alimentos para que familiares próximos ajudem financeiramente.
Essa medida garante o pagamento de:
- Remédios e tratamentos médicos.
- Moradia e alimentação adequadas.
- Cuidados especializados para o interditado.
Conclusão
A interdição por doença psiquiátrica é um instrumento jurídico essencial para proteger quem não consegue mais tomar decisões sobre sua própria vida. Além disso, o curador tem o dever de garantir que a pessoa interditada receba todo o suporte necessário.
Se você precisa de ajuda para interditar um familiar, busque um advogado especializado. Ele orientará cada etapa do processo e garantirá que a interdição ocorra da maneira correta.